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A arte e a sorte

11/07/10

Art is the sole alternative to luck; and divorce from each other of the meaning and value of instrumentalities and ends is the essence of luck. The esoteric character of culture and the supernatural quality of religion are both expressions of the divorce. (Dewey, Experience and NatureLondon: George Allen & Unwin, 1929: 372)
A arte é a única alternativa à sorte. A filosofia da arte de Dewey é um elogio à arte enquanto prática. Trata-se de tomar a arte como paradigma do fazer humano. Arte é a experiência dotada de sentido: nosso esforço em evitar o divórcio entre a instrumentalidade e os fins, isto é, um esforço para tornar significativa a ação humana.
A arte como paradigma é também um passo na mesma vereda aberta por Dewey, ao articular estética e política. Acreditar na democracia como forma de vida é crer na possibilidade da construção dialógica dos laços sociais. Aqui também nos afastamos da sorte: acolhemos o conflito e a tensão inerentes ao diálogo como parte do processo de mudança – de qualquer mudança.